segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Eduardo Monteiro é baixista. Eduardo gosta dos Beatles. Eduardo toca na Pedra Polida e é o melhor baixista dessa banda. Eduardo estuda letras no campus da UEMA, que fica bem longe do centro. Eduardo é quase um desempregado, pois está em processo de monografia e ainda não defendeu. Eduardo precisa de sua ajuda. Mas escreve bem. Para ganhar aplausos, apupos e a notoriedade mundial, escreveu um belíssimo texto para o carnaval do ano que vem.
Aí vai o texto.

No episódio de hoje trataremos do carnaval, para tanto, escolhemos um modo peculiar: a fusão do estilo desciclopédico (nova escola literária, de cultura elevada) com uma tentativa de reproduzir aquelas redações chatas que os professores preguiçosos nos mandavam fazer em épocas como essa.


É carnaval, é curtição...


“Você quis dizer: Vagabundagem”.
Google sobre Carnaval

“Você traiu o movimento Punk véio!”
Dado Dolabela sobre Samba

“Vai ficar legal, pagode na COHAB no maior astral..”.
Netinho de Paula sobre Carnaval

“E quando o samba tocava O sol se punha lá no alto Ecoando por meus ouvidos e queimando meus olhos Sua Melodia espanhola de ninar”
Madonna sobre samba

“Túmulo do Samba - São Paulo tem atraído muitos jovens, entre os quais muitos metaleiros e góticos”
Jornal Hoje em reportagem especial de sábado sobre samba.

O carnaval é uma religião afro-brasileira muito popular entre todos os brasileiros que vivem no Brasil e fora dele, além dos estrangeiros fascinados pelo evento (turismo sexual). É uma festa que dura 361 dias, interrompida apenas por um recesso de quatro dias no mês de fevereiro, no qual as pessoas descansam tomando bebidas alcoólicas, tentando comer alguém e enchendo o saco de todo mundo. O carnaval, como tudo, inclusive o mundo, foi inventado pelos gregos, reinventado pelos renascentistas e aceito e desenvolvido por nosso país colonizado.
O fim último da festa ainda é um mistério, mas, suspeita-se de tentativa de suicídio coletivo. Muitas pessoas conseguem ganhar a vida com o carnaval: os operários do mercado do roubo e da venda destes produtos; as empresas que produzem e vendem álcool, academias, bocas de fumo, empresas de cultura popular, prostitutas e aspirantes a tal, empresas de som (que odeiam música), pessoas que não sabem cantar, mas que soltam a voz nos palcos da cidade, entre outros.
Quem não gosta muito são os garis, os médicos e enfermeiros que têm que dar plantão, os seus vizinhos crentes e os doentes do Socorrão, que, putos da vida por não poder curtir a folia e pediram para mudar o trajeto do circuito de rua (porra!). No carnaval você pode ser qualquer coisa, inclusive preso, morto ou roubado, fica a seu critério o local de maior “risco Brasil”.
Bissexuais, ou mesmo celibatários, aproveitam os festejos para soltar a franga, vestidos elegantemente de pudicas damas da sociedade. Abominamos sobremaneira essas ações (comprove esse ano!). A música menos tocada no carnaval é o samba, substituído por qualquer tipo de música, o que vale é o mau gosto. Fechar a rua e juntar vários carros tocando música alta é altamente cool nesta época.
Depois dessa breve explanação sobre a mais paraguaia das festas brasileiras, desejamos a todos que sobrevivam.
Dicas importantes:
1 – Não esqueçam de andar em gangue e armados, mas sejam parentes de algum cara pesado da policia;
2 – Guardem bem seus celulares e vibradores.
3 – Não esqueçam a camisinha, não esqueçam também, apesar da embriaguez, de tentar colocá-la corretamente (é no pênis, viu?);
4 – Não deixe sua mãe te ver vestido de mulher;
5 – Tome bastante álcool, não se preocupe em beber líquidos ou se alimentar corretamente, o Socorrão estará te esperando de portas abertas e lotado de outros bêbados em coma como você.


Boa sorte a todos!

3 comentários:

Unknown disse...

Ai papai, meu textinho! Corrigindo: Eduardo "É" um desempregado e não "quase", huahauaa

Giovanna disse...

"Eduardo precisa de sua ajuda. Mas escreve bem."

elogiar o texto ajuda?! bela parceria: além da verdadeira ode feita a eduardo, o epílogo é encantador e o texto uma delícia.

Giovanna disse...

é desempregado?! tocar baixo na pedra polida [e ser o melhor baixista dela] não é um emprego?!