segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Olhou para o espelho e viu que o coração era de vidro. E as emoções são como mãos desatentas carregando taças de vinho. Somente ela poderia constatar. Passou a mão no rosto, estava pingando de suor. Eram nove horas da noite, nem muito cedo, nem muito tarde. Da janela de seu quarto, podia apreciar o trânsito, mas não identificava o rumo dos carros. Nas prateleiras, livros eram ignorados como postes que servem de banheiros para cães, sejam eles vira-latas donos da rua ou poodles de socialites. Mas nada disso lhe chamava a atenção. Sabia que pouco poderia vislumbrar enquanto estivesse olhando apenas para o espelho.

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